quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

SOBRE ÁGUA E SAL, PRATOS E PROFETAS.


“Os homens da cidade disseram a Eliseu: Eis que é bem situada esta cidade, como vê o meu senhor, porém as águas são más, e a terra é estéril. Ele disse: Trazei-me um prato novo e ponde nele sal. E lho trouxeram. Então, saiu ele ao manancial das águas e deitou sal nele; e disse: Assim diz o Senhor: Tornei saudáveis estas águas; já não procederá daí morte nem esterilidade. Ficaram, pois, saudáveis aquelas águas, até ao dia de hoje, segundo a palavra que Eliseu tinha dito". 2º Reis 2: 19, 22.

Este texto veterotestamentário tem me fascinado por seu simbolismo e sua aplicabilidade ao cristianismo atual. Gostaria de fazer comparações destes pontos, sobre um prisma interpretativo inteiramente pessoal. Vejamos:
Águas. Jericó, uma cidade desejável em seus mais belos dias tinha um problema gravíssimo: suas águas. Arqueólogos afirmam terem tais águas sido acometidas de alguma bactéria que provocava envenenamento e abortos. Considerando que uma cidade com um aquífero era um privilégio naquele chão árido, ter a água era uma benção, porém algo envenenava a água. A água simboliza no Novo Testamento a palavra de Deus. A palavra, a água, é boa, indiscutivelmente; mas, não se pode negar que existem cidades, (que neste artigo em particular coloco somo símbolo de igrejas ou denominações) em que as pessoas bebem uma água que se contaminou.  Heresias e interpretações antibíblicas são tão nocivas quanto às aguas contaminadas e abortivas de Jericó; e há muitos bebendo estas águas; alguns dos quais já abortaram, perderam a fé na Palavra, nos homens, na igreja e em seus ministros. Verdadeiramente um aborto.
Sal. Conhecido mundialmente, na medicina antiga era usado como remédio (EZ 16: 4), tem na bíblia diversas simbologias; tanto positivas quanto negativas. A Bíblia compara o cristão de testemunho dúbio ao sal insípido. Neste caso, quero usar a simbologia do sal como algo com poder curativo e transformador. Em uma fonte de águas infrutíferas e abortivas há que se usar o sal da boa doutrina, biblicamente autêntica e teologicamente equilibrada. Uma teologia antropocêntrica, como a que temos visto, deixará as águas de “Jericó” ainda mais abortivas! Quando o homem, o líder, ou o cristão se torna mais importante que a palavra, essa teologia é incapaz de usar a medida certa do sal para purificar as aguas de “Jericó”.
Prato. Não pense nos pratos de hoje ao imaginar o prato que Eliseu pediu. Os pratos eram feitos de barro, e eram usados tanto para comer quanto para armazenar alimentos, e eram mais fundos, haja vista que eram usados também para colocar uma espécie de sopa onde se molhava os pedaços de pão antes de ingerir. Mas uma coisa em comum diferiam os pratos das taças, tanto antigamente quanto hoje: os pratos eram, e são abertos, enquanto o mesmo acontece com copos e taças, antes e hoje. Há hoje muita gente que possui sal armazenado, mas o recipiente não permite que ele seja livremente usado; está muito restrito. O prato facilitava o cair do sal sobre as águas. Hoje alguns pregadores estão pregando mensagens no rádio e na TV  e nos templos, com duas características (a maioria): Ou em pratos sujos, vazias de doutrina e cheia de interesses financeiros; ou com sal armazenado em taça; ou seja, numa linguagem que só os profundos conhecedores da teologia conseguem decifrar. Usemos, (pois aplico este texto a mim também) pratos limpos a acessíveis, lancemos generosamente o sal purificador e transformador que é o evangelho, na medida certa e com acesso livre e inteligível a todos.
Os profetas. Ahhh!! Os profetas. Nunca se lutou tanto para ser profeta como nos dias de hoje. Há alguns dias, um irmão de fé que congrega na igreja, que pela bondade divina pastoreio, contou-me que alguém reclamava por ser chamado de irmão; queria ser chamado pelo título de profeta.  Hoje temos os profetas especialistas: eu “profetizo” prosperidade; eu “profetizo” curas; eu profetizo emagrecimento (este vai ser muito requisitado)... Temos “profetas” das nações, “profetas” das cidades... O título está tão em voga que de pastores, alguns já chegaram a apóstolos e até a “paipóstolo”, criando uma nova palavra na nossa torturada língua portuguesa. Mas será que a exemplo de Eliseu, as palavras destes “profetas” estão se cumprindo? O texto bíblico diz que as palavras do profeta Eliseu se cumpriram; muitos hoje profetizam com avidez, mas suas profecias nunca se cumprem fielmente. Seriam estes como o profeta Hananias citado em Jeremias 28?
Que Deus nos faça apenas servos, que tenham pratos de sal, para lançarmos sobre as abortivas águas heréticas destes nossos dias, pois há muitas cidades infectadas e improdutivas.

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