Você conhece alguém que seja o
maior crítico de todas as pessoas, ações e fatos? Você conhece alguém, para
quem ninguém é suficientemente bom ou capaz? Você conhece alguém que define as
pessoas como boas ou más pelo fato de concordar ou discordar dele? Você conhece
alguém que faz críticas sem as fundamentar em qualquer argumento lógico,
bíblico, ou técnico comprovado? Se você respondeu sim em ao menos duas destas
perguntas, você conhece alguém com a síndrome de martelo do mundo.
O martelo do mundo age assim, não
por atos sinceros de moralidade; muito menos por ser bom caráter. É que
criticar dá ibope; você quer ficar conhecido? Comece a criticar. Critique seus
pais, seus patrões, seus chefes, seus pastores, seus líderes em geral. Você vai
ficar famoso. Criticar, muitas vezes passa a ideia de que temos ideais mais
altos, somos mais austeros, e que se fossemos nós que estivéssemos ocupando o
lugar de quem criticamos, faríamos melhor. Aliás, uma das expressões preferidas
de quem é martelo do mundo é: se fosse eu que estivesse no lugar de fulano, vocês
veriam como é que se faz.
Um bom exemplo disso é o mais
novo (e não o último, certamente) escândalo no Senado Federal. Um senador que
sempre se colocou como o paladino do combate à corrupção, um vestal da correção.
Qualquer ato suspeito sempre foi tratado por ele como fato consumado. Qual não
foi a surpresa dos seus pares, e de todos os brasileiros (especialmente os
queridos goianos) ao descobrir que o referido bebia da mesma água dos
corruptos, aliás, se esbaldava nela. Interessante é que a loquacidade do
referido senador, a sua poderosa retórica desapareceu. Às vezes fico com
vontade ser criança de novo para perguntar a ele: O gato comeu a sua língua?
Não vá pensar que desaprovo completamente as críticas ou que as faz. Creio que críticas são importantes se feitas de maneira
sincera e amorosa. Críticas podem ser duplamente produtivas: para quem faz se
junto com ela houver uma proposta séria; para quem recebe se for entendida como
algo que pode nos fazer aperfeiçoar nosso modo de pensar, agir ou fazer alguma
coisa.
O caso que citamos acima me faz
lembrar as palavras do apóstolo (esse sim, é apóstolo mesmo) Paulo em 1ª
Coríntios 9: 27 Antes subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que,
pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.
Ninguém está obrigado a
alienar-se, tornar-se alguém sem opiniões e sem mentalidade crítica, mas que as
nossa criticas sejam bem fundamentadas. Críticas sem propostas ajudam pouco ou
nada. É bom lembrar sempre que as críticas devem ser feitas de maneira amorosa
e nunca colocar o fator pessoal ou as nossas reservas contra algo que
desconhecemos como base das nossas críticas. O mesmo Paulo nos diz em 1ª Coríntios
16: 14: Todas as vossas obras sejam feitas com amor. Inclusive as críticas!