quarta-feira, 11 de abril de 2012

O complexo de martelo do mundo


Você conhece alguém que seja o maior crítico de todas as pessoas, ações e fatos? Você conhece alguém, para quem ninguém é suficientemente bom ou capaz? Você conhece alguém que define as pessoas como boas ou más pelo fato de concordar ou discordar dele? Você conhece alguém que faz críticas sem as fundamentar em qualquer argumento lógico, bíblico, ou técnico comprovado? Se você respondeu sim em ao menos duas destas perguntas, você conhece alguém com a síndrome de martelo do mundo.

O martelo do mundo age assim, não por atos sinceros de moralidade; muito menos por ser bom caráter. É que criticar dá ibope; você quer ficar conhecido? Comece a criticar. Critique seus pais, seus patrões, seus chefes, seus pastores, seus líderes em geral. Você vai ficar famoso. Criticar, muitas vezes passa a ideia de que temos ideais mais altos, somos mais austeros, e que se fossemos nós que estivéssemos ocupando o lugar de quem criticamos, faríamos melhor. Aliás, uma das expressões preferidas de quem é martelo do mundo é: se fosse eu que estivesse no lugar de fulano, vocês veriam como é que se faz.

Um bom exemplo disso é o mais novo (e não o último, certamente) escândalo no Senado Federal. Um senador que sempre se colocou como o paladino do combate à corrupção, um vestal da correção. Qualquer ato suspeito sempre foi tratado por ele como fato consumado. Qual não foi a surpresa dos seus pares, e de todos os brasileiros (especialmente os queridos goianos) ao descobrir que o referido bebia da mesma água dos corruptos, aliás, se esbaldava nela. Interessante é que a loquacidade do referido senador, a sua poderosa retórica desapareceu. Às vezes fico com vontade ser criança de novo para perguntar a ele: O gato comeu a sua língua?

Não vá pensar que desaprovo completamente as críticas ou que as faz. Creio que críticas são importantes se feitas de maneira sincera e amorosa. Críticas podem ser duplamente produtivas: para quem faz se junto com ela houver uma proposta séria; para quem recebe se for entendida como algo que pode nos fazer aperfeiçoar nosso modo de pensar, agir ou fazer alguma coisa.

O caso que citamos acima me faz lembrar as palavras do apóstolo (esse sim, é apóstolo mesmo) Paulo em 1ª Coríntios 9: 27 Antes subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.

Ninguém está obrigado a alienar-se, tornar-se alguém sem opiniões e sem mentalidade crítica, mas que as nossa criticas sejam bem fundamentadas. Críticas sem propostas ajudam pouco ou nada. É bom lembrar sempre que as críticas devem ser feitas de maneira amorosa e nunca colocar o fator pessoal ou as nossas reservas contra algo que desconhecemos como base das nossas críticas. O mesmo Paulo nos diz em 1ª Coríntios 16: 14: Todas as vossas obras sejam feitas com amor. Inclusive as críticas!