domingo, 25 de março de 2012
quarta-feira, 14 de março de 2012
Afinal, os evangélicos são mesmo otários?
Descobri um novo nome
para os cristãos. Calma, calma!!!!!!! A bíblia continua nos chamando pelo nome de
Atos 11: 26. Mas alguns pregadores, de atuação midiática compulsiva, vêm se
destacando também por usar uma linguagem mais rasteira que as de lutadores de
artes marciais, nos colocaram um novo e “nobre” nome: OTÁRIOS. Eu poderia
citar, entre outros, o nosso irmão de fé e até de denominação, mas como estes
pregadores são muito bem assessorados por advogados, talvez encontrem uma
brecha na lei para processar-me; algo inútil, mas ainda assim desagradável. Agora
até um padre, que pelos vídeos postados na web, parece querer desempenhar papel
semelhante, inclusive no destempero verbal, resolveu nos chamar pelo adjetivo,
digamos, “carinhoso”.
Admiro-me em ver
pessoas que declaram terem recebido boa formação moral, acadêmica e teológica,
usar termos igualmente pejorativos e ignominiosos para referirem-se a irmãos de
fé ou pessoas de quem discordam. Se a desculpa é o fato de Jesus ter
confrontado duramente os fariseus, Ele (Jesus), de fato, usou palavras duras,
mas respeitosas. O comportamento dos pregadores midiáticos, de achincalharem
irmãos e desafetos com nomes grosseiros não condiz com os escritos de Paulo, em
EF 5: 3, 4. (Como crentes em Deus, não
consintam que a devassidão ou qualquer espécie de imoralidade ou ganância sejam
sequer nomeadas no vosso meio. Também não fica bem dizerem palavras
inconvenientes, insensatas ou grosseiras. Palavras de agradecimento a Deus é
que devem dizer. Sociedade Bíblica de Portugal: Bíblia Sagrada, A Boa Nova Em Português
Corrente. Sociedade Bíblica de Portugal)
Ao procurar o
significado desta palavra, descobri (como antes pensava) ser um verbete de
etimologia controversa, ou seja, uma gíria popular, que significa: indivíduo
tolo, ingênuo, fácil de ser enganado, simplório, etc... Ao abordar este tema com um amigo pastor,
amante dos regionalismos, ele advogou que o uso de tais termos tem muito haver
com questões culturais; posso até admitir que em uma conversa informal isto
faça sentido; mas o seu uso em sermões, fere os princípios da homilética, que não
proíbe o uso de linguagem coloquial, mas condena fazer uso de expressões
duvidosas e sem um padrão mínimo de respeito vernáculo.
É inaceitável que os
participantes da Reforma Protestante, que se caracterizou, (e ainda deveria se
assim) pela busca do conhecimento bíblico e teológico sejam assim chamados por
líderes evangélicos. É inadmissível que alguém, que frequentou um seminário,
aprendeu muito de filosofia, estudou tratados de antropologia, que tem as mãos
beijadas e receba confissões dos seus liderados, dirija-se a aqueles de quem
discorda, chamando-os de “otários”. Se o uso de uma argumentação lógica não é
capaz de convencer as pessoas com as quais debatemos, o uso de expressões
ridicularizantes jamais o fará. Verdadeiramente, quem não sabe se expressar não
merece ser ouvido. Chega a ser ultrajante, pararmos diante da TV, ou de
qualquer outra mídia para sermos desrespeitados pela verborragia grosseira de
quem depende da nossa audiência, e até das nossas ofertas para manter seus
programas. Com certeza, o dia que a audiência de tais programas diminuir, seus
apresentadores farão uma reflexão.
Mas não se pode negar que vez por outra agimos
de maneira ingênua, sendo facilmente manipulados, como tolos e outros adjetivos,
acabamos por assumir o perfil digno de tal insulto.
Quando deixamos de
pensar, para sermos controlados por quem quer que seja nos encaixamos no perfil
do “novo nome” que estão nos dando! Quando deixamos de conferir a mensagem
bíblica, tal quais os bereanos, para ver se era assim de fato, como nos relata
Atos 17: 10, 11, e nos permitimos ser isca de qualquer interpretação bíblica
sem a exegese correta, nos colocamos neste perfil! Quando recebemos qualquer
objeto em troca de uma oferta de amor, nos encaixamos neste “novo nome” uma vez
que a oferta não deve ser recompensada com absolutamente nada, pois deixaria de
ser oferta! Quando abrimos mãos dos princípios saudáveis do verdadeiro
evangelho para participar de qualquer experimentalismo religioso sem aprovação
da palavra de Deus, também nos colocamos neste perfil.
Já chegou a hora, meu
amado, de termos uma atitude clara com respeito aos que, em nome de Deus nos xingam
e desrespeitam. Não é mais tempo de defendermos os que usam a mídia e o nome de
Deus para angariarem fama e dinheiro. Não os condeno por viverem do evangelho,
pois também vivo, aliás, isso é bíblico; mas os critico sim, por construírem
impérios que só glorificam a si mesmos, e depois para manterem tal império, estarem
dispostos a tudo, inclusive a nos chamar de otários. Não aceito tal título, se
ele partir de alguém que se diz ovelha, mas ruge como leão. Já suportei algumas afrontas por pregar o
evangelho; sempre vindo de pessoas que não conheciam a Cristo; mas aqueles que
se declaram irmãos devem se amar e demonstrar isso até no momento de discordar.
Somente no dia em que a audiência destes tele pregadores raivosos que
escandalizam o evangelho com suas palavras absurdas cair, eles aprenderão
respeitar os ouvintes e irmãos na fé. Basta de prejuízo ao evangelho e de passar
a imagem de que os evangélicos são mesmo otários.
Vamos nos
caracterizar por sermos cristãos autênticos, buscadores do conhecimento bíblico
e de um padrão de mensagem bíblica que nos estimule a conhecer a Deus e
respeitar nossos irmãos e também aqueles que de nós discordam. Tenhamos de
Jesus a dureza das palavras de Mateus 23, em que ele dizia aos fariseus: Ai de
vós, escribas e fariseus hipócritas; mas sejamos também dóceis como Ele foi
para com o fariseu que o experimentava em LC 10: 25, 26, e com o mestre da lei
em MC 12: 34, ao responder-lhes: “O que está escrito na Lei? Como lês?” e
ainda: Não estás longe do reino de Deus. Jesus nos mostra que sinceridade e
urbanidade, ou educação, ou fineza e respeito podem andar juntos; é uma questão
de medida e tempero.
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