quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

PROTESTANTE, EVANGÉLICO OU NEO PENTECOSTAL?? EIS A QUESTÃO!



Vivemos dias confusos e mal definidos. Quando aceitei a Cristo como meu único salvador, ainda na infância, meus amigos passaram me chamar de crente, crentinho e outros nomes afins. Foi ai que uma professora, ainda na escola primária, definiu-me e defendeu-me da sanha zombeteira dos coleguinhas, dizendo que eu era um PROTESTANTE, e que tinha direito de professar a fé que quisesse. Ufa, que alívio! Mas ao final da aula, perguntei à “tia” o que significava aquela palavra, que pra mim era impronunciável. Ela com sabedoria e carinho me explicou que protestante era aquele que discordava de alguma lei ou norma e expunha sua discordância; e que no caso da religião os protestantes eram assim chamados por rejeitarem os dogmas católicos e se apegarem exclusivamente à bíblia. Sai dali e todos que me perguntavam se eu agora era crente mesmo eu respondia que era um protestante.

Mas o tempo e a infância passaram, e me mudei da zona rural para uma cidade de médio porte e lá as igrejas protestantes eram chamadas de evangélicas. Outra confusão na minha mente adolescente! Mas ai foi que meu pastor me explicou que, após a reforma protestante, outros movimentos religiosos surgiram, criando correntes religiosas diversas, entre elas: os calvinistas, os batistas, os metodistas, os pentecostais e etc... Então se convencionou chamar de evangélicas todas as igrejas cristãs que tinham como princípio seguir e obedecer aos ensinos de Cristo expostos nos evangelhos, e explanados nas cartas Paulinas, gerais e universais do Novo Testamento. Ensinou-me também, que nós, assembleianos, além de evangélicos, éramos pentecostais, por crermos na contemporaneidade dos dons espirituais presentes na igreja primitiva.

Com o passar do tempo, sendo o ser humano crédulo e adorador por natureza, e com a busca constante do transcendente, vemos hoje no meio dos evangélicos e pentecostais um novo movimento religioso: o neopentecostalismo.  Estes se caracterizam por sua visão sobrenatural de tudo que diz respeito à vida religiosa. Se alguém está doente, está em pecado; se é pobre é porque não é fiel a Deus; se tem um filho com problemas de drogas é maldição hereditária; assim formam um caldeirão de ensinamentos rechaçados pelos evangélicos, tanto das igrejas históricas quanto das pentecostais clássicas.

O mais preocupante é a banalização do termo evangélico. Infelizmente ser  "evangélico" hoje não significa mais seguir fielmente o evangelho de Jesus Cristo, mas pertencer a uma determinada denominação religiosa cujos líderes agem como verdadeiros donos, tratando a membresia como seres sem capacidade pensante. Ser evangélico hoje é estar entre os  que usam o evangelho de Jesus para ganhar dinheiro, causando todo tipo de escândalo, inclusive político, trazendo um prejuízo imensurável ao verdadeiro evangelho. Este lamentável fato tem produzido todo tipo de desvio: entre outros, a sacralização da denominação em detrimento do evangelho; a aceitação de líderes cabotinos como se comportam como semideuses, algo demonstrado nos títulos que se autoconcedem, como por exemplo, apóstolo, a até o famigerado título que assassina a língua portuguesa, o "paipóstolo".

Quero fazer um contraponto e dizer que independente destes fatos ocorrerem no meio da igreja, não é bíblico deixarmos de congregar, por considerar a existência de aberrações doutrinárias (HB 10: 23, 25). Sabemos que a Graça de Deus é tão infinitamente superior, que se manifesta nos corações sinceros, mesmo em meio à podridão (AP 3: 1, 6).

Vem então a pergunta crucial: Se os fundamentos se abalam, que poderá fazer o justo?  (SL 11: 3) Amados! Apeguemo-nos à palavra. A situação é tão complexa, que chegamos ao ponto de usar um texto aplicado aos que, no Antigo Testamento, davam orientações espirituais baseados na necromancia: À lei e ao Testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva (IS 8: 20). 

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