quarta-feira, 2 de outubro de 2013

ORAÇÃO PELOS QUE VÃO MORRER DE FRIO

Com a queda de temperatura, por causa da chuva, me ocorreu a lembrança desta poesia de Gióia Jr.

ORAÇÃO PELOS QUE VÃO MORRER DE FRIO
                                      GIÓIA JUNIOR

Os que vão morrer de frio,
Os velhos, as mulheres e as crianças,
que perambulam pelas cidades como cães –
dos baixos dos viadutos nos comtemplam.

Há nos seus olhos como que escamas
de lágrimas permanentes
e geladas

Os nossos reluzentes carros –
couro e metal, borracha e música
aceleração e indiferença –
os nossos bem-amados carros
passam,
e do fundo do poço eles nos olham –
e seus olhos são mãos de náufragos estendidas
que a nossa mão nem procura nem alcança

Os que vão morrer de frio
fazem uma imensa, estranha fila
como aquele cortejo sinistro em coluna por um
campo de concentração
na ante-sala da câmara de gás
na antecâmara do forno crematório.

A caminho da câmara refrigeradora
eles, nus e mortos,
sem idade, sem nome, sem cic
nos acenam com os olhos...

Em nossa casa há cobertores térmicos
e mantas elétricas
e aquecimento central
e lareira e egoísmo.

Os que vão morrer de frio
cantam uma ladainha
mas, os pregões da Bolsa e a algazarra dos jatos
tornam para nós o seu canto inaudível.

Não os ouviremos,
Não os veremos
E ainda assim conseguiremos dormir em aparente paz.
Deus tenha piedade de nós



5-7-75

segunda-feira, 20 de maio de 2013

ESTOU COM MEDO DOS EVANGÉLICOS


Quero reproduzir aos amigos uma conversa que tive com dois vizinhos do templo, e portanto meus vizinhos, uma vez que a casa pastoral onde moro é anexa. Vou chamá-los de José e Maria, para evitar uma exposição desnecessária.

José, um quarentão pacato, não pratica nenhuma religião; como já o havia convidado a nos visitar, sem sucesso, perguntei a razão da recusa; até lhe sugeri, caso não se sentisse muito à vontade em nosso templo, havia outras igrejas evangélicas que poderia visitar; ele disse-me que não havia nada de errado nem com nossa igreja nem entre nós, mas que ele estava com muito medo dos evangélicos. E antes que perguntasse o porquê desse medo ele acrescentou:
“Pastor, gosto muito de ouvir programas evangélicos na TV e até já contribui com alguns pastores para manterem seus programas no ar. Mas nos últimos dois anos eu estou assustado com a forma como os evangélicos se odeiam; vocês pregam que devemos viver o amor de Jesus, mas vivem falando mal uns dos outros inclusive nos programas da TV e “das rádios”. Vocês parecem que vivem sempre em guerra para serem melhores que os outros, que a igreja do pastor A é mais poderosa que a do pastor B; vocês se chamam de otários e até de filhos do diabo; como posso me sentir bem no meio de gente assim?  Eu prefiro ficar na minha casa brincando com meus netos e assistindo meu futebolzinho e tomando minha cervejinha no final de semana. Nunca fui religioso pastor e agora quero ser menos ainda. Sempre pensei que talvez um dia eu até me tornasse evangélico, pois achava vocês bem bacanas, mas hoje nem penso mais nisso.  O dia que eu morrer Deus me dá o lugar que achar que eu mereço".

Já dona Maria, uma senhorinha muito gentil, católica fervorosa, me disse o seguinte: "Pastor, sou católica mas amo todas as religiões! Bem na frente da casa da minha filha onde vou todas as noites, tem uma igrejinha, “dessas que abrem sempre”. Eu escuto o culto deles todos os dias. Outro dia o “celebrante” de lá me convidou pra ir numa campanha de sete quintas-feiras pra derrotar o devorador dos lares, eu respondi que ia, mas não fui, pois tenho muita “cisma” de ir lá. Não que os cultos sejam ruins não pastor, mas é que lá eles falam demais no coisa ruim (o senhor sabe quem é); e tem um negócio esquisito que eles falam lá; um tal de derrubar o irmão perseguidor, o irmão fofoqueiro, o crente vermelho (que eu nem sei o quem é); e eu prefiro não arriscar. O senhor sabe me explicar o que é esse negócio desses irmãos esquisitos"?

Apesar desses casos parecerem até um pouco engraçados, me fizeram pensar em como as pessoas se sentem com a  maneira como anunciamos o evangelho.
Não quero aqui justificar as desculpas dadas por esses meus vizinhos, pois quem sente a necessidade de ser salvo deve superar dificuldades, mal entendidos e preconceitos; mas não se pode dizer que eles não tenham um pouco de razão.

Penso que já é hora de nós cristãos, sermos mais criteriosos em pregar o evangelho; já é hora também de nós que pastoreamos o rebanho de Deus assumirmos a responsabilidade de líderes, e até sob pena de algumas antipatias, escolhermos melhor as pessoas a quem entregamos os púlpitos de nossas igrejas e as tribunas de nossos eventos de evangelismo de massa. Que Deus nos oriente!

terça-feira, 23 de abril de 2013

Evangélicos e católicos se unem e pedem CPI do aborto, luta pela vida

PorAmanda Gigliotti | Repórter do The Christian Post

Evangélicos e católicos na Câmara se uniram para lutar em favor da vida. Os líderes cristãos protocolaram esta semana um pedido para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérido (CPI) sobre o aborto e também para aprovar o chamado Estatuto do Nascituro.

  • Bancada evangélica reage contra Carvalho e nomeação da ministra pró-aborto
    Foto: divulgação/Hudson Fonseca
As propostas vêm com em meio às discussões sobre o novo Código Penal, que propõem mudanças que incluem o acréscimo de mais opções de aborto além das existes no Código atual.
Segundo o presidente da bancada evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO), o objetivo da CPI é de apurar o financiamento do aborto no Brasil, tanto por instituições internacionais, quanto pelo governo da presidente Dilma Rousseff.
“Além disso, vamos investigar o comércio de produtos abortivos e as clínicas que fazem o aborto”, disse ele, segundo o IG.
O pedido obteve a assinatura de mais de 200 deputados e foi enviado ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
A mobilização é também parte de uma ação estratégica dos religiosos para que as mudanças atualmente analisadas pela comissão especial no Senado, não atentem contra a família, a vida ou a liberdade de expressão ou religiosa.
Curta-nos no Facebook 
Com relação ao Estatuto do Nascituro, o projeto de 2005 que visa garantir a proteção integral ao nascituro, voltou à tramitação e vai ser analisado pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.
A proposta foi primeiramente apresentada na legislatura passada pelo então deputado kardecista Luiz Bassuma (PV-BA).
Ela terá que passar ainda pelas comissões de mérito e pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, antes de ir para o Plenário.
“Para nós e para os católicos, a vida começa na concepção e por isso vamos lutar juntos por esse direito”, disse o deputado João Campos.
Segundo o deputado, a proposta recebe o apoio da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Não é a primeira vez que os católicos se unem aos evangélicos nas questões que envolvem seus princípios cristãos.
Membros das duas vertentes cristãs já se uniram várias vezes para protestar contra o aborto, casamento gay, legalização da machonha, entre outros.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Sou evangélica, meu namorado é católico, posaria nua, sou devota de Nossa Senhora de I. R.

Que o Brasil é um país eletrizante ninguém duvida; mas que tal “eletrizantismo” (termo ausente do dicionário porque acabei de inventar) na vida religiosa das pessoas já passou do limite do aceitável.

Li hoje em um respeitável jornal evangélico (neste link: http://portugues.christianpost.com/news/luana-piovani-confirma-que-e-evangelica-e-fala-sobre-o-casamento-15041/) uma reportagem que, após me refazer do susto e do engulho, me deixou a pensar sobre o que está se tornando o cristianismo evangélico no Brasil.

Alguém se declarar evangélico e apresentar uma lista tão grande de incongruências com os princípios bíblicos nos deve fazer pensar em que tipo de evangélicos a igreja brasileira está produzindo. Não nos adiantará vestirmos uma capa de modernidade, popularidade e até intelectualidade a fim de que a sociedade nos aceite e não discipular os “cristãos-novos” com uma teologia mais paulina e menos afetada pelos defeitos da famigerada teologia da prosperidade, neo-pentecostal e outras novas teologias que vão aparecendo. Produziremos números e até personalidades, mas não cristãos verdadeiros. Ninguém pode se declarar evangélico e viver uma vida tão contrária a mensagem neotestamentária!

Como considerar evangélico quem declara ter um namorado que não professa fé alguma ou professa uma visão de fé que consideramos tão incompatível? Não tenho nada contra as pessoas que são católicas, convivo com católicos que são pessoas de um caráter irrepreensível, mas é algo muito claro que a interpretação que o catolicismo faz da bíblia é antagônica à que fazem os evangélicos! Evidentemente um namoro de um evangélico com um católico, espírita, budista, muçulmano, Hare Krishna, ou qualquer outra religião seria um jugo desigual, portanto, uma desobediência ao ensino da epístola Paulina de 2ª Coríntios capítulo 6, versículos 14 ao 17! (Leia o Texto integralmente para embasar seu raciocínio)

Como considerar evangélico quem admite expor a nudez do corpo em uma revista, que embora muitos procurem um nome mais pomposo, não há como não dar o nome certo: pornográfica? A palavra pornografia vem do grego e seu sentido literal é "escrever sobre prostituta". Palavras derivadas da raiz "porn" foram usadas nos escritos do Novo Testamento para referir à prática de relações sexuais ilícitas, imoralidade ou impureza sexual em geral. Hoje podemos definir pornografia como a representação da nudez e do comportamento sexual, que é feita através de imagens animadas (filmes, vídeos, computador), fotografias, desenhos, textos escritos ou falados. A pornografia explora o sexo, vulgarizando principalmente as mulheres, chegando ao absurdo de envolver crianças nesse esquema tão mórbido. O evangelho bíblico se opõe a estas coisas com clareza! Leia em 1ª Coríntios 6: 10, Gálatas 5: 19, 21, Mateus 5: 28. Quem é verdadeiramente evangélico deve abominar tais revistas, e não posar para que suas fotos estejam nelas!

Como considerar evangélico quem parafraseia adoração a ídolos ao se dizer devoto de nossa senhora de Fulano ou fulana de tal?  Ora! A bíblia condena em diversos textos, não condenando somente a adoração a ídolos, como também a todo e qualquer ser, ou ideal, além do Deus único e verdadeiro. Se somos evangélicos, não há como desobedecer este mandamento tão cristalino das escrituras!

A imprensa brasileira, que expressa o pensamento dos formadores de opinião, fez durante décadas, uma caricatura dos evangélicos: analfabetos, ignorantes, pobres, entre outros; sem esquecer o mais recente, homofóbicos. Claro que embora não sejamos os mais letrados, os mais bem-educados, os mais ricos e os mais tolerantes, em nossa totalidade nunca fomos como eles nos pintaram ou nos pintam! Mas antes sermos caricaturados que expormos ao ridículo o evangelho de Cristo!

Caríssimos irmãos, precisamos ser que mais enfáticos na nossa declaração de fé! Ser evangélico não deve ser apenas a última moda de alguns, que por motivos diversos se imiscuam em nosso meio e declaram a nossa fé, mas não vivem os princípios que nos são exarados na Palavra de Deus! Basta de evangélicos nominais! Basta de evangélicos sem atitudes cristãs! Não precisamos de famosos pseudo-convertidos para tornar nossa fé aceitável. Precisamos mais que declarações de adesão; precisamos de verdadeiras conversões!

Não quero cultuar  nossa caricatura, mas antes estereotipado e ridicularizado como crente (analfabeto, ignorante, pobre, homofóbico) sendo fiel aos princípios da palavra de Deus, que aplaudido como gospel, cristão moderninho, religioso tolerante e inteligente, e para manter esse “status” viver negando a fé!


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A RENÚNCIA DE BENTO XVI E ELEIÇÃO DO NOVO PAPA PODE ENSINAR ALGO A NÓS, MINISTROS DA CGADB?

O eminente senhor Ratzinger, octogenário líder católico, que veio a ser papa desta reconhecida denominação religiosa, anunciou sua renúncia para dia 28 próximo; uma vez que no direito canônico, a renúncia anunciada não pode ser revertida, a espera do dia 28 é apenas protocolar; em termos práticos o papa renunciou hoje.

Este anúncio acaba por precipitar o processo de eleição de um novo papa. É uma eleição secreta e indireta, mas revestida de todo um simbolismo, afinal de contas o eleito será o líder religioso de mais de um bilhão de pessoas. Não deverá ser perfeita, nem sem sobressaltos. Mas...

Todo este turbilhão em torno destes acontecimentos, colocou-me numa profunda reflexão. Em que pese as diferenças doutrinárias e teológicas que separam a vida de um clérigo católico e um pastor protestante, temos em comum o fato de nos dedicarmos integralmente às questões da fé cristã e da alma humana. Essas reflexões produziram em minha mente algumas perguntas que gostaria de dividir com todos os leitores deste incipiente blog, especialmente os meus colegas de ministério filiados à nossa Convenção Geral, órgão máximo de nossa representatividade jurídica. 

Estamos na eminencia de uma eleição em nossa querida CGADB. Embora tenhamos três candidatos inscritos, todos sabemos que haverá uma verdadeira batalha entre as duas candidaturas que há anos se digladiam, para ocupar um posto de extrema importância para a nossa denominação. Diante de tantos vexames causados por essa disputa que já aparenta ser pessoal, eu me pergunto e gostaria que você também perguntasse a si mesmo:

a) Porque os únicos assuntos que são tratados em nossas AGOs com a relevância devida, são os que estão ligados à eleição?

b) Porque não se elenca na pauta, os assuntos doutrinários que são tão caros à igrejas e aos ministros, que nesse Brasil afora necessitam de uma posição mais clara da CGADB????

c) Porque não se trata do esfacelamento da denominação em ministérios, que muitas vezes não têm condição de serem sequer uma subsede, fato que faz produzir um batalhão de ministros ordenados, sem chamada, vocação e instrução, que num ciclo vicioso, produzirão novos ministérios com piores condições dos que os que os ordenaram????

d) Porque não se exige das convenções regionais uma posição clara na disciplina de obreiros e até presidentes de campos que transigem no cuidado com a doutrina bíblica, e vivem "namorando" novas teologias, tais quais a famigerada teologia da prosperidade???

e) Porque ao invés de se criarem novas convenções regionais, não se resolve as questões beligerantes, moralizando as convenções existentes, resolvendo a polêmica questão da territorialidade de cada uma, evitando as brigas causadas por um agir confuso, em que todo mundo abre trabalho em território de outrem, na maioria das vezes apoiando divisores e perturbadores da igreja?????

f) Porque a nossa querida CGADB não pode ter suas contas abertas para serem consultadas por todos os ministros que estejam em dia com seus deveres convencionais?

g) Porque  uma eleição que deveria ser regida por princípios bíblicos, beira e até supera as eleições mais sujas deste país, com denúncias de manobras, "crocodilagens" (desculpe a gíria, é que não achei outo termo), e até compra de votos e apoios políticos????

h) Porque as "campanhas políticas" dentro da entidade precisam expor nossas vísceras e não nossos corações transformados pelo amor de Deus, a quem de fato servimos?????

i) Porque os nobres concorrentes, pr José Wellington (a quem amo com amor cristão, pois foi meu pastor entre 1996 e 2000, e que me consagrou ao presbitério) e o pr. Samuel Câmara (que respeito pela história e até pelo seu "discipulador" pr Alcebíades Vasconcelos), não abrem mão desta disputa fratricida, em favor de uma convenção realmente Geral?

j) Porque não deixar florescer de nossas sazonais primaveras, botões que gerarão como frutos, líderes nacionais novos, que se de fato forem de um caráter merecedor da "tão desejada posição", saberão honrar seus antecessores, não desmerecendo o trabalho secular para que nossa denominação tivesse o alcance atual, nem desfigurando a nossa história manchada por lágrimas e ate com pequenas gotas de sangue?

PORQUE??? PORQUE??? PORQUE???

Queridos! Não me tenham por tendencioso ou pretensioso.  O que aqui grafei são perguntas sinceras de um jovem pastor, de uma bem pequena cidade do interior mineiro, mas que ama a Cristo e Seu reino, e tem apreço pela denominação que plantou em seu coração a semente do evangelho, e onde descobriu, acalentou e desfruta de sua vocação. 

Que o Senhor nos dê paz!!!


O QUE ESTÁ POR TRÁS DA RENUNCIA DO PAPA.


O mundo acordou hoje tão surpreso quanto ficou, ao ver a fumaça branca surgir da Capela Sistina, e ecoar a famosa expressão "Habemus Papam" ("Temos Papa" em português) em abril de 2005, quando Ratzinger de 78 anos, foi eleito papa, tendo escolhido como nome Bento XVI.

Ratzinger, homem culto, fluente em alemão, italiano, francês, latim, inglês, castelhano  possui conhecimentos de português, lê o grego antigo e o hebraico; é também membro de várias academias científicas da Europa. É pianista e dirigiu a Congregação para a Doutrina da Fé, órgão substituto do Tribunal do Santo Ofício, ou como queira, a Santa Inquisição.

Este artigo não tenciona fazer crítica à decisão do papa em renunciar, a primeira renúncia em quase 600 anos; acho até um ato de nobreza da parte de Ratzinger em favor da sua denominação. Mas gostaria de opinar sobre o que considero serem as razões para tal decisão. Vejamos:

1. A perda de influência política do papado. O papa, que em séculos passados exerceu uma influência política tão grande a ponto de praticamente nomear Reis e imperadores, viu a influência do papado ser carcomida por fatos que o catolicismo não se preparou para enfrentar; situações como  a diminuição das monarquias absolutas em razão de proclamações de repúblicas em volta do mundo; o aumento das monarquias constitucionais (em que os reis são quase objetos decorativos); o aumento da democracia em diversos países; o aumento da alfabetização no terceiro mundo e outros tantos fatos que poderíamos citar. 

2. A evasão de católicos para outras denominações, religiões e até o ateísmo. O mundo vive um aumento de espiritualidade; até os que não confessam fé alguma sentem-se pressionados a expor que são ateus. Isto tem tido efeito em todas as denominações religiosas; no meio dos evangélicos, especialmente no Brasil, produz as mudanças constantes de membros "igrejas" e o surgimento de igrejas que vão aos poucos deturpando e até ridicularizando o evangelho; mas para o catolicismo este fato tem sido catastrófico! Para se estabelecer um parâmetro do efeito, os padres midiáticos aumentam a cada dia, o movimento de Renovação Carismática copia claramente a liturgia de cultos evangélicos, e até "treina" católicos para falar línguas estranhas, algo evidentemente retirado da teologia evangélico-pentecostal. Essa mudança de posição tem um claro propósito: trazer de volta aos ritos católicos os católicos não-praticantes e evitar quer os praticantes se evadam para outras igrejas ou religiões.

3. O crescimento do Islamismo no mundo. É evidente que o crescimento do Islamismo tem, além de razões históricas como as Cruzadas, o fator fecundidade, pois o islamismo incentiva seus praticantes a terem muitos filhos e assim aumentar o Islã. Mas três fatos acenderam a luz amarela no vaticano: a) O Islã teve taxa de crescimento assustadora no ocidente; pra se ter ideia, o Islã há 40 anos, no Brasil, o Islã era uma religião de imigrantes do oriente, hoje tem no país quase 3.000.000 de adeptos. b) Nos países asiáticos e africanos, o Islã apropriou-se do discurso de combate à miséria, antes uma arma do catolicismo; no ocidente, o Islã arrebanha adeptos com um discurso social de igualdade entre as raças e da religião como um estilo de vida e de solidariedade. (Evidente que não estou defendendo ou justificando o Islamismo, mas apenas citando fatos claramente comprovados por números estatísticos e estudos antropológicos).

4. A falta de uma linguagem clara dos princípios teológicos da fé católica. É fato que o catolicismo sempre teve dificuldade para trazer os seus princípios dogmáticos à compreensão geral do povo; Chegou a celebrar missas em latim! Quantas pessoas você conhece, que ao menos entende latim? Um outro problema é a dificuldade que o católicos comuns, especialmente os mais jovens, têm em entender ou expor os dogmas do catolicismo; raramente encontro católicos que saibam expor os sete sacramentos do catolicismo, assuntos tais quais mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos do terço, e outros tantos dogmas que fazem parte da doutrina católica. Isto acaba por produzir um abismo entre a teologia doutrinal e a teologia prática dos católicos. Neste particular as igrejas evangélicas são beneficiadas por uma linguagem mais popular dos seus pastores e pelo incentivo à leitura, tanto da bíblia quanto de livros devocionais.

 Ratzinger, como homem culto e consciente que é, tem a clareza da situação; sabe que a empreitada é grande demais para um homem de 86 anos, que além de não possuir vigor físico enfrenta todos as demais limitações de sua idade; ele também não parece querer mudar seus métodos e até abrir mão de princípios pessoais construídos durante anos e anos de ministério presbiteral e de cardinalato.

Que sua atitude, e os fatos que o levaram a toma-la, possam ser pedagógicos para quem exerce o ministério. Aprendamos com todos, tanto com as pessoas com quem concordamos, quanto com as de quem discordamos.

domingo, 20 de janeiro de 2013

QUAL REDE DE TV ESTA SENDO USADA PARA EVANGELIZAR O BRASIL


Se antes, entre crentes de denominações pentecostais, a pergunta era porque não ter um aparelho de TV, hoje, que todos têm, o debate é como usar bem.

Mas o debate torna-se mais polêmico, ao surgirem tais questões: Como os cristãos podem usar a TV pra anunciar o evangelho? Entre os canais de alcance nacional, temos uma TV evangélica?
As redes de TV, como concessão pública, têm o propósito de produzir cultura e diversão; mas isso nunca é integralmente cumprido, e a cada ano que passa, a programação das TVs abertas conseguem se superar em falta de qualidade.

Mas no foco sob o qual abordamos a questão tenho entendo que:

*      A TV, pode sim ser um poderoso meio de evangelização. Mas devemos apresentar na TV o evangelho em sua completude; enquanto pregarmos um evangelho pré-moldado, para agradar um público alvo, e não para que os telespectadores se sintam impactados por uma mensagem que aborde temas como pecado, arrependimento, novo nascimento, e vida santificada faremos apenas marketing religioso e não evangelização.

*      Se nossa pregação é apenas propaganda das nossas denominações, concorrência para ver quem arrebata mais multidões, ver quem cura mais, etc... não pregaremos o evangelho, mas apenas a nós mesmos (2CO 4: 5).

*      Enquanto vendermos, flores, chaves, meias, colunas, óleos e todo tipo de quinquilharia em nome da fé, estaremos reduzindo o evangelho a tudo que ele não é; além de o ridicularizarmos.

*      Enquanto nossos cantores ops... artistas, forem à TV, cantarem os hinos, ops... musicas gospel, e não falarem da necessidade de vida transformada, pensando que estão usando a TV para pregar o evangelho, eles é que estarão sendo usados pelos departamentos comerciais das redes, para alcançar os objetivos financeiros desta empresas. Toda empresa visa lucro, mas nós é que não podemos nos deixar usar, para que elas lucrem com o evangelho. O erro não está na empresa de TV e sim em nossa falta de discernimento.

Quanto a uma grande rede de TV evangélica, ainda não temos uma de alcance nacional. Temos redes que fazem um trabalho hercúleo, e que estão crescendo; mas ainda precisam de mais investimento para que abranjam todo o Brasil!

Não podemos nos enganar! Uma rede que apresenta programas apenas de uma denominação, com pequenos (mínimos) espaços durante o dia e uma programação depois da meia noite, em que apenas faz propaganda denominacional e pouco se fala de Jesus; pode ser uma rede comprada com dinheiro de ofertas evangélicas, com um proprietário que se declara evangélico; mas definitivamente não é uma TV evangélica. 

Vejo que Deus pode usar todos os meios para levar o homem a conhecer Sua palavra. Deus tem sempre pessoas a quem usa, em todos os lugares. Mas não dá pra de maneira intelectualmente honesta, que esta ou aquela rede está sendo o canal de evangelização usado por Deus. Deus pode usar pessoas; e estas pessoas onde estiverem pregarão; mas ele não elegeu um meio, um homem apenas, ou um único método de evangelização. Ele usa a quem quer pregar sua palavra com fidelidade. O que passar disso é gabolice e cabotinismo.