quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A palatável mistura do sagrado e do profano




(Isaias 5: 18; 20). Ai dos que se amarram aos seus pecados com mentiras! Eles andam arrastando a sua maldade como quem puxa um carro...   Ai dos que chamam de mau aquilo que é bom e que chamam de bom aquilo que é mau; que fazem a luz virar escuridão e a escuridão virar luz; que fazem o amargo ficar doce e o que é doce ficar amargo!

Dizem que vivemos os tempos chamados pós-modernos! É o nome dado às mudanças iniciadas nos anos 50, nas ciências,  nas artes e nas sociedade em geral. Essas mudanças influenciaram todas as áreas da sociedade humana, inclusive no  campo religioso.  Como a proposta deste blog é participar, dando opiniões sem a presunção de ensinar, sinto a necessidade de falar destas transformações no meio do povo cristão e evangélico da nossa nação.
Tenho acompanhado estas mudanças desde os anos 80, quando me converti. Essas transformações nos trouxeram mudanças extremamente positivas. O acesso ao conhecimento, o apreço de boa parte do povo de Deus pelo estudo da teologia, a melhora estrutural dos templos, o avanço de denominações evangélicas e pentecostais compromissadas com a ortodoxia doutrinária e o processo de renovação ocorridos em correntes de algumas denominações históricas.
Mas junto com boas mudanças, vimos nascer (e florescer) no meio do povo de  Deus ervas danosas. Poderíamos apontar a Teologia da Prosperidade, a Confissão Positiva e muitas outras correntes doutrinárias do neopentecostalismo. A fim de ser mais sucinto, gostaria de abordar a questão desta mistura anti-bíblica do sagrado e do profano que tem sido disfarçada na ideia politicamente correta do ecumenismo que acaba por se tornar uma grande miscelânea de crenças e modos de adoração.
Um bom exemplo disto foi a visita da “pastora” Ana Lúcia ao Esquenta, um programa de auditório exibido os domingos pela TV Globo. Não quero aqui fazer uma crítica pessoal, nem tenciono expor pejorativamente a pessoa citada, mas apenas me ater ao fato. Aliás, criticar e ser criticado livremente é um dos benefícios dos blogs; sempre de maneira respeitosa.
A “pastora”(???) disse que a sua conversão se deu por causa da cura de seu filho. A cura do filho ou de qualquer ente querido ou amigo pode ser de muita influência para crermos no poder de Jesus como filho de Deus e nosso salvador; porém a conversão não pode se dar apenas por causa de um milagre ou benção recebida, é necessário que o pecador reconheça a sua condição pecaminosa e creia que somente Cristo, por sua paixão, morte e ressurreição, tem o poder de nos salvar.
Outro ponto interessante de três que destaco, é a sua predileção por músicas não comuns à vida de um cristão. Ela demonstra isso ao dizer que quer se casar ao som de “Como é grande o meu amor por você” e que ao visitar um lar e ver lá um DVD de Alcione, ela perguntou se podiam ver o DVD antes de orarem. Não se trata de desprezar talento poético ou musical de Roberto Carlos ou Alcione; sabemos que estes e muitos outros são cantores e poetas de grande apelo popular; mas causa estranheza uma “pastora” (???) programar para se casar ao som de música romântica e não ao som de hinos que podem exaltar a Deus e invocar Sua benção em uma decisão importante como o casamento; francamente, me sentiria deslocado em realizar um casamento com tal trilha sonora.
Fica ainda mais paradoxal uma “pastora” (???), numa visita a um lar desejar primeiro ver um DVD de Alcione antes de orar. Uma visita pastoral a um lar é sempre um momento em que o obreiro cristão deve levar aquela família a meditar na importância e na eficácia do poder da palavra de Deus para nos estimular em momentos de fraqueza e nos orientar em momentos de dúvidas ou preocupações. Até penso que se for possível ao pastor cantar algum hino seja “à capela” ou acompanhado pelos acordes gentis de um violão pode ser produtivo, uma vez que a boa música sacra quebranta nossas almas para um momento de súplica ou gratidão. Mas francamente não vejo onde um DVD de samba ou qualquer outra música possa desempenhar este papel.
Finalizando esta parte, ela solta uma verdadeira pérola: Nem tudo me convém fazer, porque vão me julgar. Ora! Hoje as pessoas estão deixando de fazer algo não por causa de Cristo e sim dos “outros”. E sempre que alguém faz algo passível de crítica e reprovação, usam o argumento implícito neste pensamento dela de que não podemos julgar uns aos outros. Isto falta de conhecimento exegético ou uso errado da bíblia sagrada para advogar a si mesmo. Quando Jesus proíbe o julgamento ele fala do julgamento hipócrita de condenar outros por um pecado que quem julga também esteja a praticar; Jesus também condenou o julgamento baseado no critério pessoal, mas deixou bem claro que a Sua palavra pode julgar (Joao 12: 47, 48). Então convenhamos que não e o julgamento dos “outros” que deve nos preocupar, mas sim o julgamento divino, segundo o que Paulo nos ensina em 1ª Coríntios 4: 3, 4.
Pior que estas três questões que levanto, é o espírito com que elas são promovidas. Estamos diante de uma estratégia clara de se secularizar o evangelho em nosso país. Em nome de boas oportunidades para se pregar o evangelho, muitos evangélicos estão sendo ludibriados. Tenho visto muitas pessoas boas e talentosas serem, como foi Josué, levadas por conversas de gibeonitas (Josué 9: 3 16). Chega ser curioso, que uma associação de pastores como a Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, com mais de dezoito mil ministros jamais tenha sido chamada pela TV Globo para opinar em qualquer assunto relevante. É porque na verdade não querem correr o risco de dar voz a um evangelho que conteste suas diretrizes; procuram um evangelho que os avalize ou que lhes dê lucro.  Não os critico, pois é uma empresa que visa seus lucros e interesses; critico, com respeito, mas com sinceridade, os evangélicos que se prestam a esse papel e que também lucram com isso. O apóstolo Tiago diz que da mesma fonte não pode fluir agua doce e salgada (Tiago 3: 12); Jesus disse antes que espinheiro não pode produzir uvas (Mateus 7: 16 21). 

O sagrado não pode ser misturado ao profano! Devemos amar a todos, respeitar a todos; mas denunciar o pecado é dever da igreja; com pena de ela perder a sua essência e sua missão, que é denunciar o pecado e mostrar um Salvador que regenera-nos, e liberta-nos das garras do pecado. Se não há pecado ou a denúncia deste, quem sentirá necessidade de buscar um Salvador? E acima de tudo devemos fugir da cilada de em nome do respeito às pessoas e às suas opiniões, mostrar Jesus como um dos caminhos para a salvação. O cristão deve anunciar a Jesus como o único caminho que pode levar o homem a Deus (João 14: 6 e Atos 4: 10, 12).
Deixemos as oportunidades convenientes e preguemos o evangelho. Não fomos chamados para sermos “suingueiros ou sambistas ou roqueiros de Jesus”, e sim pregadores do Seu evangelho transformador. Não confundamos o nosso desejo de ser vistos ou lucrarmos algum bem financeiro, com porta aberta para o evangelho. Paulo, ao dizer que uma porta se abrira ao evangelho e havia muitos adversários (1ªCoríntios 16: 9).  Quando os adversários do evangelho se aproximar dele sem se converterem, penso que devemos ser mais cuidadosos para não sermos enredados em seus ardis.
Que Deus nos ajude!










4 comentários:

  1. Infelizmente algumas dessas mudanças trouxeram maleficios para nossas igrejas algumas delas estão sendo dirigidas como verdadeiros orgão politicos.....mais Deus certamente dara uma vauvula de escape para que o seu povo não se engane.....

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  2. Paz irmão Ricardo. As mudanças podem ser benéficas, o que determina isto é o sentimento que as motiva

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  3. O cenário que se desenha é aquele de Miqueias 7,essa rapaziada irá vender até a alma para estas gravadoras com o intuito de fazer sucesso,porventura quando o filho do homem vier ainda achará fé na terra.

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  4. é mais infelizmente não é o que estamos vendo na capital

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