Música gospel é reconhecida por decreto como manifestação cultural. Yes! Música gospel também é cultura!
Muitos considerarão isto um grande
feito, um grande avanço para a música gospel. “Vejam só, gente! Nós, antes considerados
por muitos intelectuais como um povinho sem cultura, agora produzimos cultura”!!!!
Isso é que é progresso!!!!!!! Será mesmo um progresso? Eu não gostaria de ser reconhecido
por decreto, melhor seria o reconhecimento por atitudes e valores. Mas enfim, isto
é uma posição pessoal minha.
Nada contra a cultura, aliás, sempre
critiquei a música gospel por sua poesia limitada e algumas vezes “de pé
quebrado” como diria a crítica competentíssima de Heloisa Buarque de Hollanda. Não
quero criticar por criticar, mas por notar que a música gospel está cada vez
mais desassociada da música sacra. Para os especialistas em produção musical, a
música gospel brasileira deveria ser chamada de música cristã contemporânea, pois
usa ritmo pop, métodos seculares de gravação, produção, distribuição e
divulgação da música de entretenimento.
Com tal decreto os cantores da música
gospel agora são “artistas”; na verdade a maioria deles já agia como tal. Não
vejo porque um adorador procurar reconhecimento de artista; a música gospel não
é mais música religiosa ou doutrinária, mas arte comum, portanto não mais hinos
e sim música secular. O tão celebrado
decreto de reconhecimento que abre possibilidade dos “artistas” poderem captar
recursos com os incentivos fiscais da Lei Rouanet, reza que, caso os “artistas”
recebam qualquer incentivo fiscal não poderão se apresentar em eventos promovidos
pelas igrejas.
Isto mostra que a cada dia a música gospel
cada dia mais se afasta dos hinos de adoração (com pequenas exceções); seja por
seu conteúdo teologicamente equivocado, seu antropocentrismo, sua visão mais
comercial que espiritual, como por suas apresentações dançantes, algumas com
balé; sem contar os músicos das gravações ao vivo, que em sua maioria, sequer são
cristãos; um desprezo a tantos músicos cristãos capazes e abençoados que temos.
Evidente que nem tudo é ruim. Existem
sim compositores verdadeiramente cristãos. Mas, não por coincidência, preferem
compor hinos ao invés de músicas; por às
vezes recebem “elogios” como: ... Muito tradicional... Ainda não entendeu as
novas tendências... Seus hinos são muito clássicos... Enfim, não são antenados!
Há também excelentes cantores na nova geração, sem dúvida; mas não estão na
mídia, por não abrirem mão de seus princípios.
Para os “artistas”, estes cantores são
tidos como “atrasados”, pois ainda cantam em igrejas, e participam de cultos,
ouvem pregações e coisas assim.
Sem qualquer saudosismo, prefiro hinos
de adoração e proclamação do evangelho, que as músicas sazonais do mundo gospel;
sazonais sim, pois são fases: tem a fase dos “sonhos de Deus”, depois vem à
fase das “unções”, depois a fase do determina, determina, determina,
determina... sem contar os hinos
rancorosos, do tipo: ...você não me ajudou antes, agora tem que me aplaudir; ...agora
estou no palco e você na plateia; ...se tocar no ungido vai de cara na poeira...
Bons hinos devem exaltar a Deus, falar da obra de salvação, falar da esperança
do céu, falar da vida transformada que Jesus espera que vivamos. Tudo isso com
uma poesia coesa e singela.
Que os poetas nos presentei com belas canções que
elevam nossas almas a Deus e os cantores evoquem a singeleza da nossa alma com
suas lindas vozes exaltando ao Deus do céu!.
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